"O
homem nasceu livre e, não obstante, está acorrentado em toda a parte. Julga-se
senhor dos demais seres sem deixar de ser tão escravo como eles. Como se tem
realizado essa mutação? Ignoro-o. Quem pode legitimá-la? Creio poder responder
a esta questão."
Do
Contrato Social

Partindo do pressuposto
de que "o homem nasce livre e em
toda parte encontra-se acorrentado", o autor pressupõe um pacto
legítimo entre os homens. Ou seja, a única forma de os indivíduos garantirem
seus direitos seria através de uma organização da sociedade civil. Sendo assim,
em seu contrato social, cada indivíduo estaria de acordo em submeter à vontade
da maioria.
Logo, a decisão da
maioria – que ele irá chamar de Vontade Geral – é sempre justa, tornando-se
absolutamente obrigatória para cada cidadão. No Estado de Rousseau, ninguém
sairá prejudicado, uma vez que o povo entra em consenso, num clima de igualdade
e liberdade. A lei é o povo que faz, ao mesmo tempo em que o próprio povo lhe é
submetido.
Mais adiante, o autor
distingue as três formas de governo: Democracia, aristocracia e monarquia. A
primeira, não é digna dos homens, visto que um governo tão perfeito quanto a
democracia, só serviria aos deuses. Quanto à aristocracia, o suíço é sucinto:
esta forma de governo leva consigo a desigualdade de fortunas.
Mas eis o ponto-chave
do sistema político de Rousseau: apesar de considerar a Monarquia a melhor
forma de governar um país, o autor afirma que não existe uma ação política boa
em si mesma – em termos absolutos – isto porque conforme o grau de problema do
Estado, é preciso encontrar uma solução que se ajuste a ele. Desse modo, o país
– sendo ele aristocrata, monárquico ou democrático – deve-se preocupar acima de
tudo com a segurança e a liberdade de cada indivíduo e a única função do Estado
é expressar a vontade geral.
Rousseau discordava
daqueles que levavam uma vida luxuosa, pois, acreditava que a propriedade
privada deu origem à desigualdade social. Por isso, defendeu de todas as
maneiras que pôde a ascensão de uma sociedade mais justa e igualitária, que
residiria na vontade geral. Rousseau deixa-nos como ensinamento que o maior bem
de todos encontra-se na liberdade e igualdade. O pacto social deve dar
oportunidade para que todos gozem das mesmas condições e dos mesmos direitos.
"Que
nenhum cidadão seja bastante opulento para poder comprar a outro, e nenhum
homem tão paupérrimo para necessitar vender-se."
Nenhum comentário:
Postar um comentário